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domingo, 6 de fevereiro de 2011

www.robertocosta.org.br - DE QUEM É A HOMEOPATIA?

DE QUEM É A HOMEOPATIA?
Carlos Lyrio
Médico e Homeopata Mestre em Saúde Coletiva
Diretor-Presidente do Instituto Roberto Costa
Uma importante reflexão tem que ser levantada a partir de um trabalho de mais de 15 anos do grupo Racionalidades Médicas do IMS-UERJ.  O grupo prova o que os médicos alopatas e os professores de medicina sempre me disseram : que a Homeopatia não pode ser uma especialidade médica. Segundo o grupo  Racionalidades Médicas a Homeopatia é uma Doutrina, ou seja, uma crença  que se  baseia na alquimia, enquanto a medicina é uma Ciência que se baseia no método científico.  O  objeto de trabalho da Homeopatia é uma força invisível e não o corpo,  propondo  a Cura e não o Tratamento das doenças . Se utiliza de medicamentos tão diluídos que se tornam água enquanto a medicina se utiliza de substâncias químicas. O grupo mostra que a homeopatia é uma Racionalidade Médica e não uma Especialidade Médica uma vez que uma necessariamente exclui a outra.
Desde o primeiro ano da Faculdade me interessei por Homeopatia. Isso foi em 1983. Me sinto a vontade de falar sobre este assunto , pois dirijo uma Instituição que vem é referência nacional na disseminação e na  luta em defesa das práticas populares de saúde. Me defino como um Homeopata que Crê na Homeopatia e que busca a comprovação científica dela, mas que sabe separar o que é crença popular do que é ciência e que defende a prática da crença pelo povo e a prática da ciência pelo cientista.
A Organização Mundial de Saúde desde a Conferência de Alma-Ata incentiva as práticas populares de saúde entendendo que essas práticas sempre existiram nas sociedade e que são importantes para os sistemas de saúde, principalmente o de regiões menos acessíveis.  No mundo inteiro seguindo a orientação da OMS as práticas consideradas tradicionais (homeopatia, acupuntura,ayurveda, fitoterapia,floral), ou seja, não-científicas, são praticadas em sua maioria por pessoas da comunidade que obviamente não são médicos. Isso não quer dizer que os médicos não possam praticá-las. No Brasil entretanto isso tomou um rumo ao meu ver desvirtuado e confuso.
No Brasil a Homeopatia , como em todo mundo, sempre foi considerada uma crença popular. Entretanto depois de 1980 ela deixou de ser popular e foi elevada a categoria de ciência, por uma assinatura, se tornando uma Especialidade. Até então ela havia sido livremente exercida popularmente por não – médicos e também por médicos. É importante também dizer que ela chegou ao Brasil  por um naturalista Frances chamado Benoit Mure que fundou uma Escola para ensinar a doutrina e que era freqüentada por não –médicos. Os Jornais da época noticiaram que um anarquista Frances introduziu o charlatanismo no país.Foi assim que começou . Depois alguns médicos começaram a se interessar pelo assunto e também iniciaram a prática da Doutrina que foi amplamente difundida pelo país, mais como uma prática popular baseada numa Doutrina, e não como uma ciência que não podia ser. Popularmente ela sempre existiu nos centros espíritas, através de receitas psicografadas por médiuns, foi praticada por sacerdotes e principalmente por donas-de-casa que ,através dos manuais de homeopatia, cuidavam da saúde de sua família e da comunidade. Quem não conhece o livro de Homeopatia Nilo Cairo? Quem não conhece as receitas mediúnicas do Dr. Bezerra de Menezes. Até 1980 foi assim que a homeopatia foi praticada nesse país. Acontece que os médicos que não eram homeopatas achavam que homeopatia era charlatanismo e denunciavam os colegas médicos que praticavam homeopatia acusando-os de charlatães.  Médico que receitava homeopatia ia parar na Polícia. Para acabar com isso em 1980  , durante o regime da ditadura,  um médico homeopata que era general e não queria ser considerado charlatão  resolveu acabar com isso . Vivíamos o momento das decisões por  “murro na mesa”. O que era então considerado charlatismo, passou a ser considerado ciência, da noite  para o dia, na época do presidente do“eu prendo e arrebento”.
Passaram-se 40 anos e ninguém questionou isso. Com o a publicação da Política de Práticas Integrativas e Complementares pelo Ministério da Saúde-PNPIC essa discussão vem a tona.O pior de tudo é que hoje parece que a coisa se inverteu. Quem pratica homeopatia e não é médico é considerado charlatão ou é incriminado por  exercício ilegal da medicina . Estranho entretanto é que o Ministério do Trabalho no Código Brasileiro de Ocupações reconhece a ocupação Homeopata Não-Médico através  do CBO 3225-25. O CBO é “o documento que reconhece, nomeia e codifica os títulos e descreve as características das ocupações do mercado de trabalho brasileiro”. O Ministério do Trabalho então reconhece uma ocupação criminosa?
Chegamos ao ridículo de alguns centros espíritas temerosos estarem exigindo que médiuns   sejam médicos para psicografar receita de Espírito Homeopata. Querem fazer do fenômeno mediúnico Ato Médico  ou não deixar que o médium seja preso por exercício ilegal das medicina? Mas aí fica uma pergunta : de quem é o exercício ilegal da medicina do médium ou do espírito?E se o Espírito for de um médico? E se o Médico médium psicografar a receita de um Espírito de um Homeopata Não-Médico? De quem é o crime? Como saber se o Espírito é médico de fato?
E porque a homeopatia não é considerada científica?  Os saberes especializados , só são especializados por que antes de serem  especialidades, são disciplinas regulares e obrigatórias  dos cursos de graduação em medicina. Nesse ambiente de graduação esses conhecimentos naturalmente vão sendo ampliados a ponto de demandarem um outro nível de ensino e pesquisa que é o nível da Pós-Graduação. Esses cursos são reconhecidos pelo CAPES do CNPQ. Não consta no Portal Capes nenhum curso de Especialização em Homeopatia Reconhecido. Então porque a Homeopatia é uma Especialidade?
Existe ciência baseada em Doutrina?Como a homeopatia pode ser praticada por médicos se não é ciência? Como a homeopatia pode ser praticada por médicos se ela não faz parte da formação do médico? Como pode ser uma Especialidade da ciência se o CNPQ não reconhece?  É uma especialidade de direito e de fato , ou só é de direito e não é de fato. Se é de direito e de fato onde estão as provas acadêmicas do fato. A ciência brasileira tem as respostas para os axiomas básicos da homeopatia? Toda a Doutrina Homeopática se baseia na premissa de que existe uma  força imaterial que anima a vida propondo a CURA dos desequilíbrios dessa força através de substâncias que são tão diluídas que se tornam água. Resumindo a homeopatia cura o invisível com água. A ciência médica brasileira explica isso? Se explica, é a única no mundo. Eu, como praticante  de homeopatia cada vez mais creio que água CURA  o invisível. Tenho milhares de provas disso. Como  pesquisador venho tentando dar respostas acadêmicas a esse fenômeno. Como médico lamento tudo isso. 


Fonte: www.robertocosta.org.br 

sábado, 14 de agosto de 2010




Os Nosódios Vivos do Dr. Roberto Costa

    Os nosódios já eram usados na Homeopatia desde Hahnemann, seguindo a Lei dos Semelhantes para sua prescrição. O Dr. Roberto Costa propôs um passo à frente na sua utilização. Na preparação, as dinamizações iniciais são preparadas em soro fisiológico, para que os microrganismos não sofram lise logo na diluição com álcool; com isso, pretende-se manter a sua virulência intacta para que seu poder estimulante do sistema imunológico seja maior. A outra diferença que ele implantou foi na indicação, que segue não a Lei dos Semelhantes, mas a Lei dos Iguais, sendo então melhor chamar este método de Isopatia.
    Tal método provou ser muito eficaz especialmente no tratamento de alergias e infecções crônicas ou recorrentes. Com a sua experiência como alergista, o Dr. Roberto Costa fez uma adaptação da imunoterapia clássica, usando doses infinitesimais, evitando assim ascomplicações e efeitos colaterais que eram comuns nessa modalidade de tratamento.
    A indicação do nosódio baseia-se ou na história clínica ou em exames complementares que isolem o microrganismo (nas doenças infecciosas) ou o(s) alérgeno(s) (nas doenças alérgicas). Nas doenças alérgicas também podem ser usados os mediadores, como a histamina ou a serotonina.
A dose é prescrita em uma série de dinamizações descendentes para as alergias, seguindo o padrão da imunoterapia que vai das doses mais diluídas até as mais materiais, dessensibilizando o paciente, sendo que no esquema proposto pelo Dr. Roberto Costa as dinamizações nunca serão inferiores a 30D, o que impede a existência de traços materiais da substância utilizada. A dinamização inicial nesses casos é 1020D e a final 30D, sendo que as intermediárias podem ser de 30 em 30, 60 em 60, ou 90 em 90. Por exemplo, 1020D – 990D – 960D – 930D – 900D - ... - 30D, no caso de 30 em 30, e as respectivas dinamizações nas outras situações. A repetição das doses pode ser diária, semanal, mensal, etc, dependendo do gosto do homeopata. Pessoalmente, vou baixando de 90 em 90, com doses diárias pela manhã, e mudo a dinamização a cada 60 dias. Com isso a série demora 2 anos exatos, se o paciente tomar direitinho o remédio. Nas alergias os nosódios mais indicados são Histaminum, Serotonina, Poeira e germes respiratórios, Mofo, Leite de vaca. A lista de nosódios disponíveis é enorme e inclui Chocolate, Epitélio de gato, Epitélio de cachorro, Koleston, etc.
No caso de infecções crônicas ou recidivantes, como por exemplo, amigdalites de repetição, otites
de repetição, infecções urinárias de repetição, cistite crônica, furunculose de repetição, candidíase de repetição, etc, a série de dinamizações é ascendente, estimulando o sistema imunológico para lidar melhor com o agente etiológico. A dinamização inicial é a 30D e a final 1020D, e os intervalos e dinamizações intermediárias também seguem o mesmo esquema proposto para as alergias, e fica também dependendo da escolha do homeopata como aplicar isso à sua prática. O método mais recomendado para a escolha do nosódio é o isolamento do agente causal através de cultura. Como nem sempre isso é possível ou viável, tenta-se o nosódio mais comum em determinada situação; por exemplo, Streptococcus para amigdalites de repetição, Escherichia coli para infecções urinárias de repetição, Staphylococcus para furunculoses de repetição, etc. Qualquer microrganismo pode ser dinamizado e transformado em nosódio vivo.
O Dr. Roberto Costa ensinou um esquema de prescrição que não se limita aos nosódios vivos. Ele propunha uma abordagem que cobrisse todos os sintomas e predisposições do doente. Em primeiro lugar, dinamizações altas e espaçadas de medicamentos "anti-miasmáticos", para realizar uma drenagem do miasma preponderante, obtido através da história familiar e história biopatográfica.
Na minha prática, uso para isso, dependendo do miasma preponderante, as tuberculinas (sempre buscando individualizar ao máximo de acordo com os sintomas do doente, como TK, Marmoreck, Denys, Aviare, TR), Luesinum, Mercurius vivus, Medorrhinum, Thuya, Natrum sulphur, Dulcamara, Psorinum, Sulphur, Calcarea carbonica. A indicação nesses casos não segue a Lei dos Semelhantes, mas as orientações de Hahnemann em Doenças Crônicas.
O remédio de fundo, similimum ou similar, prescrito em 30CH, com doses diárias à noite. Sua escolha é feita pela Lei dos Semelhantes, através dos sintomas mentais e gerais. Também uso outras dinamizações, como 60CH, ou mais altas, como 200CH, 1M , 10M, CM, MM, ou dinamizações em LM, substituindo às vezes o drenador miasmático pelo remédio de fundo, principalmente quando ele tem propriedades de ser um "anti-miasmático".
Um remédio sintomático, geralmente escolhido entre os remédios ditos pequenos, que cubra os
sintomas físicos que afligem o paciente é prescrito em baixa dinamização, 3CH ou 6CH. Atualmente, tenho usado a escala decimal, geralmente 5D ou 9D (quando o medicamento for insolúvel), para aproveitar melhor o potencial material do remédio. Completando o esquema, o nosódio vivo tomado em jejum, nas dinamizações recomendadas acima.
Este não é um esquema fixo e o Dr. Roberto Costa sempre achou a relação de nosódios vivos
incompleta, sugerindo aos colegas que pesquisassem outros nosódios de acordo com sua
necessidade.
Minha ex-esposa sofria de enxaqueca tenaz, e procurei tratá-la, sempre com sucesso pequeno.
Ela procurou também outros homeopatas que prescreveram um remédio de fundo, sempre com
sucesso relativo, em que a freqüência das crises diminuía, mas a intensidade das crises era sempre excessiva. Estudando sobre o assunto, era recorrente a constatação de que a serotonina é o neurotransmissor que está sempre implicado nas cefaléias, independente da causa. Outros também estão associados, mas em algumas situações somente, enquanto a serotonina está em todas.
Comecei a usar a Serotonina em uma série decrescente, e a intensidade finalmente diminuiu, e
ela passou um bom tempo sem cefaléia.
Acredito também que a serotonina deva ser usada nos casos de depressão, já que o mecanismo
bioquímico mais provável seja uma diminuição nos níveis deste neurotransmissor no cérebro dos
deprimidos. Nesta situação prescrevo em série ascendente, mas ainda não tenho nenhuma conclusão a esse respeito.
Um paciente com fibrose cística me procurou aos 12 anos com um diagnóstico recente após uma
série de 3 pneumonias em um ano e uma sinusite que não cedeu aos mais modernos e potentes
antibióticos. O diagnóstico trazia como sobremesa uma profecia da renomada pneumologista de
que ele não completaria 13 anos. Começamos o tratamento com TK 200CH (1 papel a cada 7 dias), Staphylococcus complexo 30D (5 glóbulos em jejum), Pseudomonas aeruginosa 30D (também 5 glóbulos em jejum), Inula 3CH (3 glóbulos 3 vezes ao dia), Grindelia robusta 3CH (também 3 glóbulos 3 vezes ao dia), Phosphorus 30CH (5 glóbulos ao deitar), e nebulização com soro fisiológico e Pulmão histaminum 30D. A indicação dos nosódios vivos baseou-se em cultura de material extraído por punção dos seios nasais (coitado!). Este ano ele completa 17 anos e desde então ele teve 1 pneumonia que melhorou rapidamente com remédios dinamizados e Ciprofloxacina (que das outras vezes não servia de nada), além de fisioterapia respiratória, e 2 sinusites que melhoraram apenas com remédios dinamizados. A renomada profeta e pneumologista ainda acompanha o rapaz (por medo do pai), mas não toma a medicação que ela acha que ele toma e a que ela atribui o resultado positivo.
Em resumo, os nosódios vivos são recursos muito úteis, de resultados convincentes, e que podem e devem ter ampliada as pesquisas em sua utilização, e não serem jogados na gaveta da memória como uma excentricidade de um gênio de Petrópolis que agia como um Dom Quixote em defesa da Homeopatia e de todas as possibilidades que ela pode nos oferecer.

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