O Sétimo Chakra e Seu Símbolo Arquetípico: A Coroa da Consciência Cósmica
No ápice da espiral ascendente dos chakras, encontramos Sahasrara, o sétimo chakra, o centro da iluminação, da unidade e da conexão com o divino. Este chakra representa o fim de uma jornada e, ao mesmo tempo, o início de outra — a transcendência do eu separado e a fusão com o Todo. Em Sahasrara, não há mais esforço ou busca, apenas entrega, silêncio e expansão. Neste artigo, vamos mergulhar na simbologia e na energia do chakra coronário, compreendendo seu papel como coroa da consciência espiritual.
Sahasrara: O Lótus de Mil Pétalas
Etimologia e Significado
"Sahasrara" vem do sânscrito:
- Sahasra = “mil”
- Ara = “pétalas”
Sahasrara significa literalmente “mil pétalas”, referindo-se ao lótus de mil pétalas que simboliza a plena expansão da consciência. Localizado no topo da cabeça, é o portal entre o ser humano e a consciência universal.
Aspectos Físicos e Psicológicos
Função Física
Embora Sahasrara transcenda o corpo físico, ele está associado à glândula pineal, que regula os ritmos circadianos e está ligada à percepção do tempo e da luz. Também influencia o cérebro superior e o sistema nervoso como um todo.
Função Psicológica
Sahasrara representa a consciência pura, a experiência de unidade com o divino, a sabedoria espiritual e a conexão com o infinito. Aqui, a dualidade se dissolve, e o ego deixa de ser o centro da experiência.
Desequilíbrio
Quando há desequilíbrio nesse chakra, pode-se experienciar:
- Sentimento de desconexão espiritual
- Falta de propósito profundo
- Dogmatismo espiritual ou “desconexão da Terra”
- Depressão existencial
- Falta de fé ou excesso de intelectualização da espiritualidade
Símbolo Arquetípico: O Lótus de Mil Pétalas
O símbolo de Sahasrara é o mais sublime entre todos os chakras: um lótus de mil pétalas em expansão, geralmente representado na cor branca, dourada ou violeta, irradiando luz em todas as direções. Esse símbolo representa a mente desperta, a sabedoria cósmica, a iluminação e o estado de pura consciência.
Dentro do lótus, brilha a presença do som supremo, a sílaba OM em sua forma silenciosa — o som que transcende os sons.
Arquétipo Universal: O Sábio Iluminado
O arquétipo de Sahasrara é o Sábio Iluminado — aquele que não apenas conhece as verdades espirituais, mas que vive a unidade com o Todo. Ele não precisa de dogmas nem rituais: sua vida é, por si só, uma expressão da consciência divina.
Quando esse arquétipo é distorcido, surge o Intelectual Espiritualizado (que conhece teorias, mas está desconectado do coração) ou o Falso Guru, que busca status espiritual sem verdadeira entrega.
O Som Bija: Silêncio (Som Transcendente de OM)
Sahasrara não possui exatamente um som bija como os demais chakras. Ele é associado ao silêncio do OM, o som do universo dissolvido em consciência pura. Ao meditar profundamente em OM, a mente se aquieta, o ego se desfaz, e surge a clareza ilimitada.
Práticas para Fortalecer o Sétimo Chakra
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Meditação em Silêncio Profundo Sentar em postura estável, com a coluna ereta, e manter atenção no topo da cabeça, visualizando um lótus branco-dourado que se abre ao céu. Deixe que o silêncio interior floresça naturalmente.
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Afirmações Positivas
- “Sou um com o universo.”
- “Minha consciência é infinita.”
- “Estou em comunhão com o divino.”
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Yoga para Sahasrara
- Posturas restaurativas com foco no topo da cabeça
- Savasana (postura final de relaxamento) como entrega total
- Meditação em Trataka (contemplação de luz ou chama)
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Conexão com o Sagrado
- Contemplação da natureza como expressão do divino
- Leitura de textos espirituais inspiradores
- Silêncio devocional, prece, gratidão
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Abertura ao Mistério
- Soltar o controle mental
- Praticar a fé como confiança na vida
- Viver o momento presente como revelação constante
Conclusão
Sahasrara é o ponto final da jornada da alma no corpo, onde o eu limitado se dissolve na consciência ilimitada. Seu símbolo — o lótus de mil pétalas — representa a expansão sem fim, a sabedoria viva, a luz que não depende de nenhuma fonte externa. Quando este chakra está ativado, o ser humano não apenas “conhece a verdade”, mas torna-se a verdade. Ele vive em paz com o mundo e consigo mesmo, não por negação da realidade, mas por sua aceitação amorosa e lúcida. A coroa da consciência não é uma conquista: é um despertar para o que sempre esteve presente.